A difícil tarefa de cuidar de mainha…

Jornalista Profissional

A difícil tarefa de cuidar de mainha…

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Eu já comentei superficialmente sobre essa situação, mas confesso, agora a noite ficou muito tensa…

Eu mesmo acordei chorando.

Vou explicar.

São 03h00 desta terça-feira, 29/08, cochilei e acordei chorando.

Tenho 52 anos de idade, me divorciei em 2018 e resolvi vir morar no Estado de São Paulo.

Não foi uma decisão abrupta, foi após muito joelho no chão. Muitas horas com o Senhor.

Em 2020 resolvi trazer a minha mãe para morar comigo. Ela não tinha mais como morar sozinha. Ela morava no interior do Rio Grande do Sul.

Hoje ela está com 78 anos.

Necessita de cuidados: diabética, hipertensa, cardíaca e recentemente colocou marcapasso.

Professora aposentada e ex-missionaria, ela sempre foi muito forte e ativa. Cristã fervorosamente convicta.

Durante muitos anos evangelizou em um hospital de tuberculosos no Rio de Janeiro.

Ela sempre cuidou de muitos.

Ela gosta de gente.

Lógica e especialmente de mim, que sou filho único.

Mesmo debilitada, eu jamais abandonaria a minha mãe. Certa ou errada em algum momento da sua vida, não me importa, ela é a minha mãe.

Nada justifica abandona-la, ainda mais, por ser uma mulher de caráter e valor, e como já disse, que cuidou de muitos.

Mas tem uns “probleminhas” em cuidar da minha mãe.

Eu perdi a saúde após 3 AVCs e 3 enfartos.

E 2 comas.

Tenho sequelas motoras e cognitivas. E uma labirintite persistente…

Tem dias que não consigo andar em linha reta.

Mesmo assim, me esforço para dar a melhor qualidade de vida pra ela.

Ela passa o dia fazendo o que gosta: assistindo televisão.

Eu não sou rico, longe dessa realidade, mas juntei um grana e comprei para ela: uma tv de 50″, um Blue-Ray de última geração, 125 filmes em BR que ele adora assistir e assino diversos streams e a Sky.

Sky pacote completo.

Até Youtube Premium ela tem.

No perfil dela…

É tudo para ela e só para ela.

Eu quase não entro no quarto dela. Dou a ela a privacidade que ela precisa e também a deixo fazer a “zona” que ela achar melhor. Não interfiro no “cantinho dela”.

Constantemente uma menina vem para dar uma faxina na casa e no quarto do mainha.

Alimentação: ela tem de tudo e come o que der na telha. Contrariando as recomendações médicas, por que ela é diabética, na sexta-feira ela queria comer Pizza Quatro Queijos com sorvete de flocos…

…. Dona Luci se acabou de comer… Hahahaha

Mas, hoje está difícil…

Ela está desenvolvendo uma forma agressiva de Alzheimer, e tem noites que ela apresenta um grau alto de demência, conhecido como “Delliriums”.

Ela está muito agitada essa noite.

Não consegui dormir.

Cochilei as 02h00 e acordei às 03h00.

Monitorando mainha…

Está agitada, dormindo e falando sozinha, dialogando com amigos imaginários e quando me viu na porta do quarto, perguntou que horas eram:

– São 01h00 da manhã…

– Então tenho que levantar para almoçar.

Ela confundiu com 13horas.

Está muito agitada e com delírios.

Pelo sim, pelo não, agora a noite, escondi a chave de casa, recolhi todas as facas e copos de vidros e tirei qualquer coisa que esteja pelo caminho, caso se levante.

É fácil conviver com essa situação?

Nãoooooo…

Mas não vou desistir de cuidar de mainha.

Lembram que disse que acordei chorando?

Enquanto cochilava sonhei que mainha tinha partido

Não estou pronto para abandonar mainha (e não vou) e muito menos para perde-la…

Desculpem o desabafo

A noite está sendo longa e estou com muito sono, mas continuo de olho nela e daqui a pouco começo a trabalhar…

Agora, enfim, ela está roncando…

E eu?

Léo Vilhena

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